Hoje vestimos verde.

Acabou. O clima por hora acabou. Hoje não há como ter uma ambição pela fuga do rebaixamento, pois o avião da Chapecoense caiu. Hoje não há como rivalizar com alguém, pois o avião da Chapecoense caiu. Hoje não há como sorrir com algo relacionado ao futebol, porque o avião da Chapecoense caiu. Caiu e estamos em choque.

O ferida colorada ainda está aberta. Aberta desde junho de 2014, quando nosso eterno Fernandão partiu deste plano por um acidente aéreo. Neste dia 29/11/2016 parece que nos remetemos à aquela manhã chuvosa de sábado novamente, vestimos verdes em pesar profundo de "porque de novo?". Hoje um pouquinho do nosso coração se encontra no Oeste Catarinense.

É triste, porém a vida continua. Somos provas vivas disso. Morrem os ídolos e nascem as lendas. Nascem os santos a quais nos apegamos para aquela virada heróica aos 45 do segundo tempo. São as entidades do futebol que surgem para aquele cantinho de Santa Catarina que se agigantava perante os grandes do resto do Brasil.

O futebol, que as vezes nos prega peças como essa, voltará a ser motivo de festa em nossos corações, pois só ele é capaz de pintar o país de uma cor só. Nesse dia estamos de verde. Verde de esperança.

A vida é um eterno ato de desapego das coisas que amamos. A grande sacanagem é que a grande maioria das coisas que amamos se vão sem termos ao menos a chance de nos despedir. Temos que aproveitar cada segundo nesse plano.

Força, Chape!